quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Exposição Bossa 50, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera

"Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim..."



Nunca me aprofundei muito no assunto Bossa Nova, mas sempre gostei de uma outra música de João Gilberto e Vinicius. Sabia o que me contaram e o que li por vontade própria, sobre a história e a repercussão mundial que tem esse "movimento da música popular brasileira surgido no final da década de 1950".

Mas no último fim de semana estive na exposição “Bossa-50” na Bienal do Ibirapuera, e sim, é muito mais do que uma exposição. É uma aula de boa música, design, moda e audiovisual, que juntos formam o enredo baixinho e bom de se ouvir, que é a Bossa Nova.

Nessa exposição, é possivel se deparar com verdadeiras obras e publicações da época como O Pasquim, fotografias como a que se vê Nara Leão, Jair Rodrigues e Chico Buarque dividirem o prêmio do 2º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em São Paulo, 250 discos raros e memoráveis como o LP The Boss Of The Bossa Nova de João Gilberto, de 1962, e uma trilha sonora impecável que vai de Miúcha á Tom Zé.
Mais adentro existe um espaço dedicado á figurinos inspirados em canções como Insensatez e Corcovado, onde Ronaldo Fraga despejou sua criatividade em vinte peças móbiles, com um rádio de pilha anexado que atraia o público pelo som e pela beleza dos figurinos.

Por cada canto da Bienal é possível acompanhar a trajetória dos mais variados nomes da Bossa Nova. Tom, Vinicius, Chico, Lyra, Nara, Gal e claro, o mestre João Gilberto, estão todos ali, através de sons e das mais variadas imagens. A exposição mostra as outras fases da Bossa Nova, como o engajamento das canções de protesto. Também registra os desdobramentos, como a valorização do samba pela classe média e a ruptura dos tropicalistas.

É entre tantas coisas, um agrado para os olhos e para o bom gosto.
A exposição se encerra no dia 24 de Agosto, e ainda vale a pena conferir, no Pavilhão da Bienal no Parque do Ibirapuera, de Terça á Domingo, das 10h às 20h.

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