quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Young blood is the lovin' upriser


Vendo qual era a boa do shuffle hoje cedo, ele me trouxe a Give it away do Red Hot Chili Peppers. Lembro de quando eu era criança e não sabia o que o Anthony Kieds dizia no refrão, e meu embromation transcendia todos os limites possíveis. E desde que eu me lembre foi através do Red hot que eu comecei a gostar de música. Sempre excêntricos, lembro do clipe com eles todos prateados, o Chad Smith de chifres e o Flea com o cabelo cortado em espiral, Anthony e a mania de cantar com as mãos, e eles dançando feito loucos no deserto. A sensação de estranheza misturada com a energia da música, foi incrível. Give it away sempre foi minha preferida, mas desse álbum, Bloom Sugar Sex Magik também saíram as ótimas Breaking the Girl e a clássica Suck my Kiss. E quem não lembra da versão de Love Rollercoaster regravada por eles, e que foi usada na trilha do filme Beavis and Butt-head do America? Confesso que deu uma cara mais “simpática” para o saudoso desenho.

One Hot Minute ainda tinha vestígios do Blood Sugar Sex Magik e veio com a bonitinha My Friend, a ótima Aeroplane, e lembro que anos depois consegui achar esse álbum na galeria e nunca mais parei de ouvir. One Big Mob e Coffe Shop estavam sempre no repeat do repeat.

Mas muita coisa mudou com Californication. Lembro da capa laranja e azul, e eu andando para todos os lados com o CD no discman. Do vídeo clipe de videogame de Californication e da destruição de Scar tissue, a excentricidade em Otherside, que contagiava todo mundo. Esse foi sem dúvidas um dos álbuns que eu mais ouvi na vida. Senti que a pegada Give it away foi deixada um pouco de lado. Californication veio com mais violão e menos guitarra. Era um Red Hot Chilli Peppers mais clean, sem deixar de ser bom.

Quando By The way foi lançado, quase 3 anos depois, a turnê mundial passou pelo Brasil e lá estava eu durante 8 horas no Pacaembu, esperando o grande momento. Horas de fila e horas de sol na pista, anoiteceu e todos lá, firmes e fortes, e eis que surge Flea, fazendo gracinhas e se contorcendo com o baixo, tudo para anunciar Anthony Kieds e a música que deu nome ao disco, que abriu aquele que seria o show da minha vida.

É complicado falar de algo que a gente gosta sem enxer de firulas, mas até hoje não conheci alguém que não gostasse de Red Hot, mesmo com as peculiaridades que só eles têm, é difícil não se entregar ao som dessa banda. Nove anos depois eles voltam para o Rock in Rio 2011, e de pensar que lá no começo eu era uma criança já enlouquecida com Give It Away, hoje não existe ansiedade, existe apenas a certeza de que vai ser bom, apenas muito bom.



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